Com aumento nos custos, pecuaristas de Goiás abatem vacas para fazer caixa | Canal Rural Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Com aumento nos custos, pecuaristas de Goiás abatem vacas para fazer caixa

Aumento nos gastos, que ultrapassa 30% em um ano, e incertezas com a economia criam cenário de incerteza para criadores do estado. Mas federação goiana revela otimismo

Fonte: divulgação

Diante de um cenário que pressiona o valor da arroba do boi e de custos que subiram mais de 30% em doze meses, os pecuaristas de Goiás sinalizam que vão começar a abater vacas para fazer caixa. Isso ocorre num momento em que se esperava uma retenção maior das matrizes, para recompor o rebanho de um estado que encolheu cerca de 800 mil cabeças em menos de três anos.

O técnico de campo Rafael Barsanulfo, que faz operações de compra de gado para a Minerva Foods, confirma que houve aumento de fêmeas no mercado, principalmente novilhas. Vacas que teriam uma vida produtiva mais longa estariam sendo abatidas agora. 

“Isso é uma demonstração de que pode voltar a faltar matrizes no mercado e, consequentemente, faltar boi”, explica.

O movimento ainda é sutil, na opinião da consultora de mercado Lygia Pimentel. Mas, segundo elas, alguns produtores têm considerado oportuno abater algumas fêmeas por causa dos custos, ao invés de mantê-las no rebanho. “Isso deve ser sentido com força maior em 2017”, diz a analista.

O pecuarista goiano Welber Macedo confirma a preocupapção com a economia e a política do país, que viriam influenciando o mercado. Ele relata que, até o ano passado, pagava R$ 950 pela tonelada de adubo, enquanto hoje o custo já seria de R$ 1.800. “E meu boi não dobrou de preço”, pontua.

Macedo considera que as donas-de-casa são “parceiras dos pecuaristas”. Mas entende que, num momento de aperto econômico, elas migrem para o frango e o suíno. “E nós, vamos vender para quem?”, pergunta.

Boas perspectivas

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, acredita, porém, que há um horizonte promissor para a atividade em 2016. Levando em conta a a baixa oferta de bezerros e a oferta de bois gordos para abate, diz, a perspectiva é bastante razoável. 

O médico-veterinário Fabrício Bueno Ferreira resolveu investir na pecuária justamente para ser fornecedor de bezerros. Desde o ano passado, ele vem aproveitando para aumentar o rebanho e tornar-se produtor de cria. Em 2015, ele afirma que a média de preço dos bezerros variava entre R$ 1.000 e R$ 1.050.

“Neste ano, nós estamos conseguindo chegar na média de R$ 1.200, dependendo sempre do preço da arroba e da característica racial do bezerro”, diz Ferreira.

Sair da versão mobile