Leite

Professora deixa sala de aula e faz sucesso com queijaria

Atualmente, a docente, que é do Paraná, junto com a família, produz 100 quilos de derivados lácteos por dia

Cansada da sala de aula, a professora Valéria Cristina Morais Brandalise decidiu mudar de vida em 2011.

Passou a produzir leite na pequena propriedade da sogra, em Guaraniaçu, na região Oeste do Paraná, começando com apenas duas vacas em lactação. As informações são do Boletim Informativo da Faep.

O negócio patinava, quando ela decidiu agregar valor ao leite, passando a fabricar queijos. Deu tão certo que a produção não parou de crescer.

Hoje, a família produz mais de 100 quilos de derivados lácteos por dia, a partir de uma marca própria – a Queijos Brandalise.

Queijo
Foto: Reprodução/Informativo FAEP

Valéria, no entanto, relembra que o início não foi fácil. Quando o modelo de negócio estava assentado somente na produção de leite, as contas não fechavam.

“Meu marido trabalhava fora. Tinha que tirar do salário dele para pagar a comida das vacas”, conta.

Então, ela decidiu começar a fabricar queijos.

Com a ajuda da sogra, foi experimentando, por tentativa e erro, desenvolvendo receitas próprias, na cozinha de casa, de modo artesanal. Até que o negócio começou a dar certo.

“Eu não tinha nem noção de como fazer queijo. Os primeiros ficaram horríveis. Tivemos que jogar fora. Aí, foi ficando bom. Chegamos a uma receita que deu muito certo. Só então começamos a vender”, diz.

Com o negócio se consolidando, em 2015, Valéria investiu em uma cozinha industrial e em um tanque com capacidade para 200 litros de leite.

Três anos depois, o negócio mais que dobrou, fazendo com que ela ampliasse a estrutura e comprasse um tanque de 500 litros.

Paralelamente, o rebanho de vacas em lactação também foi aumentando. Em 2021, a família duplicou a produção novamente.

Com um tanque de mil litros, eles fabricam uma média de 130 quilos de queijos por dia, nas variedades colonial, ervas finas, de vinho, de vinagrete e de quatro queijos, além de manteiga e doce de leite.

Com a produção queijeira estruturada, o marido Marcelo Brandalise, que trabalhava em uma propriedade da região e como caminhoneiro, pediu as contas e passou a atuar no negócio da família. Ele se tornou responsável pela produção e captação do leite, que hoje mantém 48 vacas em lactação.

Além disso, os Brandalise também construíram uma loja para vender seus produtos, à beira da BR-277. Os queijos também são distribuídos a mercados da região, inclusive de Cascavel. Além de Valéria e Brandalise, o negócio emprega outras quatro pessoas – incluindo Isabela Morais Brandalise, de 19 anos, filha do casal. “Tem duas mulheres que me ajudam com os queijos e as embalagens, além de um outro funcionário, que fica com meu marido na produção de leite”, explica Valéria.

Capacitação

Isabela começou a ajudar no negócio da família aos 11 anos, quando participava da captação do leite. Foi adquirindo cada vez mais interesse pela atividade. Quando chegou à maioridade, passou a fazer uma série de cursos do Senar-PR.

Concluiu, por exemplo, capacitações nas áreas de manejo, conformação, casqueamento e inseminação artificial. Todo esse conhecimento lhe deu um olhar técnico que contribui com a produção de leite.

Família construiu uma loja para vender seus produtos

Queijo
Foto: Faep

“Na última vez que meu pai foi comprar vacas para aumentar o plantel, eu fui junto para fazer a seleção. Eu tenho um olhar diferente por causa dos cursos e ajudei a escolher as com melhor conformação e características para a produção de leite”, explica a jovem.

Atualmente, Isabela cursa Medicina Veterinária no Centro Universitário FAG, em Cascavel, e almeja atuar profissionalmente na bovinocultura, especialmente nas áreas de genética e inseminação artificial. A jovem também pretende continuar a fazer capacitações do Senar-PR, como complemento à sua formação acadêmica.

“Os cursos do SENAR-PR têm o diferencial de ir além do que a gente aprende da faculdade. Na faculdade, a gente tem matérias mais genéricas. Nos cursos, a gente vê coisas mais alinhadas ao mercado e em atividades que a gente pode trabalhar”, explica.